Microlearning: conceito, exemplos e como aplicar em 3 passos

Publicado por DNA Conteúdo em 20/09/2020

Você sabe o que é microlearning? É uma técnica de ensino baseada na entrega de pequenas doses de conhecimento aos alunos, que, de acordo com a Universidade de Dresden, é capaz de promover um aumento no índice de retenção de informação de até 22% em comparação às metodologias tradicionais. 

Se essa informação aguçou sua curiosidade, você precisa continuar lendo este artigo. Nele, você vai descobrir tudo sobre: 

  1. A era da tecnologia
  2. Como contornar os obstáculos? 
  3. Mas, afinal, o que é microlearning? 

3.1 Microlearning ou rapidlearning? 

  1. Quando usar microlearning? 
  2. Microlearning corporativo: como usar a tecnologia nas empresas em 3 passos
  3. Vantagens da metodologia
  4. Exemplos de microlearning
  5. Dicas para criar o conteúdo perfeito para o microlearning

A era da tecnologia, da agilidade…e da falta de concentração

Vivemos em um mundo em constante mudança, especialmente em razão da intensa evolução tecnológica pela qual passamos nos últimos anos. As palavras-chave que definem a nova lógica de consumo são tecnologia, agilidade e autonomia, mas, no âmbito educacional, há, também, uma outra variável que não pode ser desconsiderada: a distração

De acordo com o portal DW, uma pesquisa, conduzida pelo grupo Microsoft, que apontou que as pessoas perdem a concentração em apenas oito segundos quando estão navegando na internet. Isso se dá em razão da infinidade de recursos, aplicações e páginas disponíveis para os usuários ao mesmo tempo. 

O artigo “Como a internet sabota a sua concentração e o que fazer sobre isso” explica que, ao navegar na internet, o cérebro do usuário se programa para tentar ser multitask (ou multitarefas), ou seja, realizar diversas atividades ao mesmo tempo.

A principal consequência disso é um condicionamento cerebral que dificulta a concentração em uma determinada tarefa, já que o cérebro já se encontra no modo “distração permanente”. 

Como contornar os obstáculos? 

Diante de um cenário em que a tecnologia se consolida como uma ferramenta essencial e, ao mesmo tempo, como um potencial dificultador para a concentração e assimilação de mensagens mais extensas, a saída é remodelar as formas de transmitir conteúdo

Para você ter uma ideia, 67% de todos os brasileiros já são usuários de internet móvel, e passam cerca de 4h45m por dia conectados a seus dispositivos. Não é à toa que 90% dos usuários das classes A e B consomem conteúdo digital diariamente. 

Em um cenário dominado por dispositivos móveis e alta conectividade, se torna cada vez mais essencial repensar a forma como os conteúdos são oferecidos, e de que forma eles se tornam mais absorvíveis pelo público-alvo.

Nesta jogada, entram alguns importantes elementos: 

  • Design Responsivo: permite que o conteúdo seja adaptável a qualquer tamanho de tela; 
  • Experiência do Usuário: estratégia que analisa cuidadosamente todos os pontos envolvidos na usabilidade do usuário em relação a sites, páginas e conteúdos, promovendo uma interação fluida e positiva entre ele e a marca).

O objetivo de cada um desses conceitos e ferramentas é tornar mais fácil a navegação do usuário, tornando a absorção de conteúdos natural e fluida. 

Quando direcionamos o foco para o conteúdo educacional, encontramos algumas saídas possíveis para contornar o problema da volatilidade das informações e da falta de concentração, tornando a tecnologia uma aliada. 

Uma delas é apostar na personalização de conteúdos, permitindo que cada curso ou treinamento seja criado com base em um estudo aprofundado do perfil do público-alvo.

Outra alternativa é desenvolver novos formatos de conteúdo, que saiam do padrão clássico apostila + videoaula e explorem as funcionalidades e o dinamismo do meio digital. É o caso do microlearning

Mas afinal, o que é microlearning?

Microlearning é uma metodologia de ensino baseada em conteúdos curtos, em geral, de 2 a 5 minutos, distribuídos como pequenas doses de informação, com o objetivo de facilitar a assimilação e permitir o consumo rápido do tema abordado. 

Para trazer um pouco mais de embasamento à nossa definição, vamos recorrer a alguns autores que desenvolveram trabalhos relevantes na área. 

  • Andreas Bolka e Chris Langreiter: na obra Snips & spaces: managing microlearning, de 2006, os autores conceituaram microlearning como um termo que “reflete a realidade emergente de fragmentação das informações e seu uso educacional, com foco em áreas que necessitam agilidade e passam por constantes movimentos de transformação”. 
  •  Arnaud Leene: em 2006, o pesquisador definiu, em seu artigo “MicroContent is Everywhere!!!”, o conceito de microconteúdos como “pedaços estruturados de conteúdo autocontido e indivisível, os quais têm foco único e endereço exclusivo para que possam ser (re) encontrados”. 

Observou a incidência de algumas palavras nas definições acima? Nós destacamos algumas: fragmentação, agilidade, transformação e (re) encontro

A soma das palavras acima reflete o que, de fato, é o objetivo do microlearning: oferecer conteúdos complementares concentrados, diretos e ágeis, considerando a possibilidade de acessar e rever os materiais conforme a demanda da rotina. 

Microlearning ou Rapidlearning? 

Quando falamos em metodologias ágeis de aprendizado, é comum nos depararmos com uma série de conceitos que acabam gerando alguma confusão. É o caso do microlearning e rapidlearning, cujos conceitos são semelhantes, mas não devem ser unificados. 

Enquanto o microlearning tem como base a oferta de conteúdos complementares oferecidos em pequenas doses, o rapidlearning tem, como foco, o aprendizado rápido em uma única lição. Para isso, a metodologia se vale de conteúdos curtos, mas um pouco mais extensos do que os oferecidos na primeira modalidade de ensino, variando entre 5 e 60 minutos. 

A ideia é que, embora seja um conteúdo express, o rapidlearning conte com alguns recursos extras, como o uso de exemplos e casos ilustrativos — que não são usados no microlearning com tanta frequência em razão de seu tempo reduzido. 

Quando usar microlearning? 

Já abordamos com detalhes o conceito de microlearning. Agora, chegou a hora de entendermos exatamente em que situações ele pode ser aplicado. 

Escolas

O ambiente escolar passa por uma importante transição nos formatos de aprendizagem adotados. Da sala de aula convencional, com alunos e professor, para uma metodologia mais autônoma, com a EAD – educação a distância dando suporte e oferecendo materiais complementares aos estudantes. 

Diante de um cenário de flexibilização dos formatos de ensino, o microlearning surge como uma opção efetiva para reforçar conteúdos ensinados em aula. Ele permite apresentar uma introdução a assuntos abordados nos encontros presenciais e até mesmo despertar a curiosidade dos estudantes com relação a temáticas específicas. 

Empresas

No ambiente corporativo, o microlearning também vem conquistando seu espaço. Isso acontece especialmente por ter um formato perfeito para se encaixar na rotina dos colaboradores sem que isso impacte negativamente em seu tempo livre e em suas tarefas diárias. 

Inclusive, de acordo com a pesquisa feita pela Software Advice, 58% dos colaboradores questionados afirmaram que estariam mais dispostos a utilizar plataformas LMS se os conteúdos ali oferecidos obedecessem à metodologia do microlearning: conteúdos fragmentados e curtos. 

Vida pessoal 

Você faz compras pela internet ou consome conteúdo em redes sociais? Se a resposta foi sim, certamente já se deparou com algum material desenvolvido de acordo com as técnicas do microlearning. 

O recurso IGTV, do Instagram, por exemplo, tornou-se uma plataforma muito utilizada por empresas e influenciadores digitais para transmitir pequenas doses de conhecimento por meio de webséries, ou pílulas de informação. 

Quer ver alguns canais da rede social que utilizam a técnica para divulgar seu conteúdo? Confira o infográfico abaixo! 

dn6-microlearning-nas-redes-sociais

Microlearning corporativo: como usar a tecnologia nas empresas em 3 passos

Com o conceito e as aplicações do microlearning esclarecidos, fica mais fácil entender por que muitas empresas já estão utilizando a técnica em seu dia a dia, certo? Além das características e diferenciais mencionados acima, os resultados do microlearning já têm, inclusive, respaldo científico: de acordo com o Journal of Applied Psychology, apresentado em artigo da PwC India, o aprendizado compartimentado torna a transferência de conhecimento 17% mais eficiente se comparado ao aprendizado em massa. Interessante, não é mesmo? 

Além disso, o microlearning corporativo já caiu nas graças dos colaboradores das empresas: 94% dos profissionais de Treinamento e Desenvolvimento dizem dar preferência a treinamentos em formato microlearning sempre que possível, porque seus alunos também demonstram preferência pela metodologia. 

E aí? O microlearning despertou ou não o seu interesse? Se sua resposta foi sim, que tal descobrir como aplicar a metodologia nos treinamentos e cursos da sua empresa? Confira o passo a passo a seguir. 

Etapa 1: Planejamento

Se você trabalha com treinamento e desenvolvimento, sabe que qualquer novo programa educacional corporativo demanda um planejamento detalhado das necessidades da empresa. 

Por isso, separe um tempo para se dedicar a esta fase: entenda as demandas das áreas, as expectativas dos colaboradores e das lideranças, as oportunidades disponíveis no programa de educação corporativa da empresa e as possibilidades de abordagem dos temas levantados. 

Etapa 2: Definição das plataformas e formatos

Com um levantamento preciso sobre as demandas da organização, é possível começar a desenhar o projeto de microlearning na empresa. 

Separe as temáticas por áreas afins e defina as plataformas e formatos adequados a cada uma delas. Lembre-se de que o conteúdo disponibilizado precisa ser compatível com o modelo de ensino. Um complexo treinamento em Norma Técnica, por exemplo, dificilmente será corretamente absorvido pelos colaboradores em lições de 2 a 5 minutos. 

Etapa 3: Elaboração do conteúdo e cronograma de ensino

A etapa final é dedicada à elaboração do conteúdo e do cronograma de ensino. 

Com o apoio de toda a equipe técnica responsável pelo curso (representantes das áreas, tutores, desenvolvedores e fornecedores especializados em criação de conteúdo), crie os recortes do material, separando os temas em pequenas doses. Estes serão os roteiros das lições compartilhadas com os colaboradores. 

Desenvolva um cronograma cuidadoso e com periodicidade estratégica: não deixe para compartilhar os conteúdos com longos intervalos. Uma vez que cada dose de conhecimento trata de uma pequena parte do todo, trabalhar uma periodicidade extensa demais pode prejudicar o entendimento do conteúdo de forma unificada. 

Vantagens do microlearning

Pronto! Neste momento, já sabemos o que é microlearning, quando ele pode ser utilizado e quais os 3 passos fundamentais para o seu desenvolvimento. 

Agora, chegou a hora de listarmos as vantagens da metodologia (muito embora tenhamos a certeza de que, se você chegou até aqui, já sabe que a proposta de ensino tem tudo para dar certo!). 

  • Escalabilidade do serviço: já imaginou criar um curso versátil e escalável para a sua empresa? O microlearning se encaixa em ambas as características! Por ser dividido em pequenos recortes, suas lições podem ser realocadas e integradas a outros cronogramas educacionais. Além disso, podem ser facilmente transmitidas para outras unidades ou filiais da empresa.
  • Redução de custos: pesquisas apontam que o microlearning pode custar até 50% menos do que o treinamento convencional. Isso acontece porque demanda uma logística muito mais enxuta, além de ter um índice de reaproveitamento bastante satisfatório. 
  • Mais engajamento: um conteúdo dinâmico, acessível e descomplicado é tudo o que um colaborador deseja. Ao encontrar o que procura, as chances de completar a trajetória do treinamento com alto índice de aproveitamento crescem. Da mesma forma, cresce o engajamento e motivação do colaborador com a empresa e seus métodos de desenvolver a equipe. 

Exemplos de conteúdo para microlearning

A seguir, você confere alguns exemplos de como utilizar a técnica do microlearning em conteúdos diferenciados e engajantes: 

  • Gamificação;
  • Vídeos;
  • Animações;
  • Quizzes;
  • Podcasts;
  • Infográficos;
  • Webséries;
  • Pequenas entrevistas;
  • Estudos de caso.

Dicas para criar o conteúdo perfeito para o microlearning

Embora tenha um formato inovador e trabalhe com o uso de novas plataformas, o microlearning não deixa de ser uma modalidade de treinamento. Por isso, para criar o conteúdo perfeito para o microlearning, é preciso ter atenção a alguns tópicos importantes, como: 

  • entender o perfil dos colaboradores; 
  • usar uma linguagem familiar e humanizada; 
  • apostar em recursos dinâmicos, que tirem do conteúdo o caráter tedioso; 
  • colocar o engajamento em primeiro lugar. 

Se você tem dúvidas sobre como desenvolver materiais com essas características, procure um fornecedor parceiro com expertise em desenvolvimento de conteúdo educacional, como a DNA Conteúdo. Trabalhamos para empoderar pessoas com conhecimento, ajudando as empresas a repensarem a forma como oferecem conteúdo corporativo a seus colaboradores. 

Criamos o material ideal para a necessidade da sua empresa e colaboradores, seguindo os mais dinâmicos formatos:

  • vídeos
  • infográficos
  • podcasts
  • e-books
  • apresentações
  • plataforma interativa
  • e mais!

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